sábado, 29 de novembro de 2008

2008: sem minimalismos

Dois mil e oito foi marcado por grandes acontecimentos. Muitos deles, porém preocupantes. Crimes, desastres naturais, eleições, esporte e crise financeira. Neste ano os fatos tiveram grande magnitude e enorme repercussão.

Pela primeira vez na história a China ganhou as Olimpíadas. Um arranhão na imagem do grande império americano, que sempre se orgulhou de seus feitos esportivos.

O país se horrorizou com os mais variados tipos de crimes. O caso Isabella Nardoni (em que todos se sentiram no direito de julgar), e o caso Eloá (em que ficamos em frente às televisões assistindo como em uma novela cada “novo e triste episódio”) foram com certeza os de maior estardalhaço.

Os diagnósticos ecológicos ficaram piores a cada entrada no noticiário. Os desastres mataram um grande número de pessoas, mas ao que parecem ainda não foram suficientes para conscientizar a população mundial.

Um negro foi eleito presidente dos Estados Unidos. Na tentativa de reaver o orgulho americano, o cargo de maior poder no mundo vai ser ocupado por um descendente de mulçumanos, com sobrenome Hussein.

A crise financeira chegou abalando as estruturas do capitalismo mundial. O mercado financeiro vive momentos de incerteza, a única vaga previsão que podemos fazer é que o neoliberalismo no molde que conhecemos desaparecerá.

O que une todos esses fatos? A vasta cobertura que a imprensa conferiu a esses acontecimentos. Porém, devemos olhar criticamente para esse excesso de exposição. O que deveria ser informação passou a virar espetáculo, o foco saiu do fato puro, suas repercussões e passou a ser o caráter espetacular. A velocidade com que novas informações são dadas impede que os espectadores tenham tempo de raciocinar sobre o que lhes é apresentado. A imprensa tem perigosamente interferido de forma direta nos fatos (chegado ao extremo ao conversar com um seqüestrador no caso Eloá), quando seu dever é o de repassar informações. As notícias “pipocam” e na maioria das vezes ficamos sem saber qual é o desfecho dos fatos. Os meios de Comunicação deveriam ser mais responsáveis, e medir as conseqüências da busca desesperada pela audiência que muitas vezes geram informações falsas e coberturas de má qualidade.

Por Dafne Nascimento

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